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quinta-feira, 17 de junho de 2010

REVISITAR

É comum reler um texto que causou eloquencia, assim como assistir novamente aquele filme ou espetáculo teatral impactante (seja pelos suspiros causados daquele romance invejado; aquela história recheada de originalidade; aquele suspense de roer as unhas ou histórias comuns, mas de diálogos e atuações tão consistentes que o elevam a categoria 5 estrelas nos guias de avaliação). Pois bem, o 2º ou a partir do 2º contato com um texto, um filme ou espetáculo teatral, a história já não é mais o foco principal mesmo sendo ela o motivo de revisitação - outros elementos ganham corpo e espaço - extraindo atenção os objetos que compõem e sustentam a tal arte que no 1º momento foram pouco perceptíveis. Quantas coisas saltam aos olhos e enriquecem a compreensão do todo...
Em contra-partida, acompanhar o trabalho de um escritor, um diretor de cinema ou de teatro vai ao longo das obras diminuindo a eloquencia e o impacto gerados pelas 1ª apreciações... fiquei pensando sobre isso por um tempo quando perdi o interesse no meio de um livro do Saramago (adoro), pois me pareceu sem fôlego e quando ao assistir o último filme do Almodóvar (amo) - Abraços Partidos - saí sem entusiasmo algum do cinema... achei morno, morno, morno.
Passei um tempo ruminando essas impressões que perduraram e ainda criaram questionamentos: Como aquele que me balançou "as ideias", hoje me causa embotamento?
A resposta já foi parcialmente encontrada graças as conversas com amigos - Cid e Eva - que com olhares peculiares ampliam a visão do outro.
Reli alguns livros, mas a 7ª arte é mais rápida de ser revisitada e um filme que já assisti inúmeras vezes e não me canso é "As Invasões Bárbaras".

2 comentários:

  1. Da primeira vez você perde detalhes pelo simples fato de que nada na vida pode ser total, completo, absoluto. Da primeira vez tudo é novo, mágico e tocante. E o artista funciona de maneira essencial da primeira vez: atores, diretores, autores. Ali, na primeira vez a arte funciona de verdade. E às vezes funciona tanto que prende o público pra sempre. E, às vezes, funciona tanto que se sabe que o "público" ficará preso à "obra de arte" pro resto da vida. E isso, às vezes, acontece sem que se tenha a chance de 'ver' a peça, o filme, o livro ou a história pela segunda vez.

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  2. ...Um olhar romântico explicaria o fascínio do primeiro contato ou do desejo permanente: alimento de qualquer relação. Talvez o embotamento por algo ou alguém tão amado e um dia tão desejado, seja fruto do saber-lhe(s) por inteiro e já sem mistérios que a proximidade causa... talvez...
    bjs

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